Murilo curte bom momento no Marreco – LNF
• Francisco Beltrão | PR
Aos 21 anos, Murilo vive sua melhor fase com a camisa do Marreco. Natural de Lages (SC), o ala se destaca na temporada e já conquistou o carinho da torcida verde-preta. São seis gols na Liga Nacional de Futsal (LNF) e três no Campeonato Paranaense.
O jogador chegou a Francisco Beltrão em 2024, após passagens pelo Lages, São José dos Pinhais e Apaf. “Eu nunca joguei categoria de base federada”, conta o atleta, lembrando o início em escolinhas da cidade natal. “Comecei na escolinha do Madruga (Juninho, ex-técnico do São Lourenço-SC), depois no Borsato e no Baixão. Quando tinha uns 16, 17 anos, joguei no Gralha. E o Juninho me levou para o adulto do Lages. Eu era bem novo, tinha 17 anos, e acabei ficando dois anos no clube.”
Foi em 2023, quando atuava na base do José dos Pinhais e veio a Beltrão atuar contra a ABF, que Murilo travou o primeiro contato com o Marreco. Naquele dia, o então treinador verde-preto, João Carlos Barbosa, o “Banana”, estava na arquibancada. No início do ano seguinte, atleta e treinador se reencontraram em Paranaguá. O ala havia acertado com a Apaf, equipe parnanguara, que enfrentou o Marreco num torneio de pré-temporada. “Foi quando recebi o convite do Banana para vir pro Marreco.
“Eu sabia o tamanho do clube, não pensei duas vezes”, recorda. “No ano passado fiz uma temporada mediana pra baixo, mas o pessoal da diretoria confiou no meu trabalho e renovou. Esse ano está sendo bem melhor”, avalia.
A gratidão a Banana, ex-treinador do Marreco, é explícita. “A gente conversa volta e meia. Ele sempre confiou em mim. Se não fosse ele, talvez eu não estaria aqui. Joguei pouco tempo sob o comando dele, mas ele acreditou desde o início.”
Família e raízes
Murilo cresceu em uma família simples, sem tradição esportiva. “Meu pai é caminhoneiro, minha mãe é enfermeira. Nenhum dos dois teve envolvimento com o esporte. Quem sempre gostou foi meu avô Aldenor.”
O jogador tem três irmãos — Mauricinho, Fabrício e Marina — e carrega na lembrança a irmã mais velha, Greicy, que faleceu em um acidente de carro. Ela é frequentemente reverenciada por Murilo em comemorações de gols, quando mostra uma camisa com o texto “Sempre por você…mana!”.
“Ela tinha 30 anos e sempre acreditou em mim. Quando eu duvidava, era ela quem me dava confiança. Brincávamos que, quando eu fosse pra Europa, ia levar ela comigo. Esse sonho não é só meu. Sei que lá de cima ela está olhando por mim.”
Vida em Beltrão
No segundo ano em Francisco Beltrão, Murilo está completamente adaptado. “Beltrão é muito parecida com a minha cidade, em tamanho e jeito de ser. Já conheço bastante gente, o torcedor me encontra na rua, conversa. É uma cidade muito boa.”
O jogador mora com os colegas de time Meleca, Casagrande, Fabinho e Ronald. Ele tem fama de bagunceiro: “Os caras dizem que eu sou imperativo. Tô deitado, levanto, incomodo os outros… Sempre fui assim. Acho que se eu fosse no médico ia sair um laudo”, brinca, bem-humorado.
Nas viagens, quem o acompanha nas brincadeiras é Fabinho e e até mesmo os experientes Amadeu e Velloso. O mais reservado, segundo Murilo, é Lucas Schwartz. “Ele (Lucas) fica ali, ele se senta mais pra frente, né. Fica sempre quieto, na dele, descansando”, comenta.
Quando não está treinando, o ala divide o tempo entre os estudos e o lazer. “Faço faculdade de Educação Física. E quando tem folga, gosto de tomar açaí, ir ao centro, jogar videogame e resenhar com os moleques.”
Ele também fez amizades fora do clube. “Tenho um amigo, o Bernardo, filho do proprietário da Pardal Lanches. Gente boa demais. Aqui as pessoas são simples, receptivas, gostam de conversar.”
Momento e futuro
O Marreco atravessa um bom momento na temporada, e Murilo reconhece o equilíbrio da equipe. “Tivemos um período difícil, quando o Nogueira ficou fora e alguns se machucaram. Mas quando os jogadores voltaram, o time voltou ao melhor momento. Mesmo nas ausências, a gente empatava muito, mas não deixava de competir.”
Sobre o futuro, o ala é cauteloso. “A gente já conversou sobre permanência, mas nada definido ainda. Estamos falando, vendo as possibilidades.”